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30 de jul. de 2011

Jornalzinho Aroldo Tourinho

Informativo interno começa a circular nos corredores do HAT: "
A partir deste mês o Hospital Aroldo Tourinho passa a contar com uma ferramenta de comunicação interna, é o HAT Notícias, que começou a circular esta semana. No informativo será possível encontrar diversas matérias relacionadas a rotina do Hospital e nossas realizações.

As edições do HAT Notícias serão bimestrais e os colaboradores podem contribuir para a construção do informativo, basta mandar sugestões para o e-mail ascom@aroldotourinho.com.br.

Envie um e-mail para a ASCOM e comente o que achou da primeira edição do HAT Notícias.
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Diagnóstico Médico: do exame físico e da anamenese

Diagnóstico Médico Exame Físico Anamenese: "
O diagnóstico médico envolve três elementos básicos: a história obtida do paciente, os sinais detectados no exame físico e os resultados da investigação complementar. Apesar do surgimento de novos e precisos exames laboratoriais e de imagem, é fundamental manter a busca dos dados semiológicos na sua profundidade, obtendo uma história clínica minuciosa e um exame físico detalhado, na busca de possíveis alterações sugeridas pela anamnese. Uma abordagem que integre os três elementos para um diagnóstico acurado é fundamental.
A ênfase na história clínica bem dirigida deve ser feita na abordagem inicial, onde começa o estabelecimento da relação médico-paciente, outro elemento chave no processo de diagnóstico e tratamento médico.
No estudo de Hampton et al (1) em pacientes ambulatoriais, a concordância do diagnóstico inicial obtido através da anamnese com o diagnóstico definitivo foi de 82,5%, sendo o exame físico e o laboratório elementos fundamentais para o diagnóstico em apenas 8,6% dos pacientes, respectivamente. Também no estudo prospectivo de Roshan e Rao (2), a história clínica levou ao diagnóstico correto em 78,6% dos pacientes, o exame físico em 8,2% e a avaliação laboratorial em 13,27% dos casos, em nível ambulatorial. Nesse estudo, em uma escala de 0 a 10, a confiabilidade para o diagnóstico correto aumentou de 6,36 após a anamnese para 7,57 após o exame físico, e para 9,84 após os resultados laboratoriais.
Estes dados não diminuem a importância do exame físico completo e detalhado e de exames complementares selecionados, mas ressaltam que os três grandes elementos do diagnóstico clínico - anamnese, exame físico e investigação complementar – têm a sua relevância e limitações em cada etapa da investigação médica, e em cada contexto clínico específico.

1. CONTEÚDOS

1.1. RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE
É o vínculo que se estabelece entre o médico e a pessoa que o procura, estando doente ou não. São aspectos fundamentais desta relação bilateral:
Ø O paciente deseja ser ouvido
Ø O paciente não é uma doença, mas um indivíduo doente (compreensão do todo)
Ø O paciente necessita de informações
Ø Usar linguagem compreensível na comunicação com o paciente e sua família
Ø O paciente espera competência de seu médico
Ø Princípios da Bioética: beneficiência, não-maleficiência, justiça e autonomia
Ø Respeitar a liberdade individual para decisões diagnósticas e terapêuticas
Ø Sigilo das informações
Ø Evitar juízo de valor
Ø Evitar que sentimentos pessoais prejudiquem o atendimento
Ø Envolver a família no manejo da doença



1.2. ANAMNESE
1.2.1. Técnicas de entrevista: método hipotético-dedutivo, reconhecimento de padrões.
1.2.2. Estrutura da anamnese:
1. Identificação:
Nome, idade, sexo, cor, estado civil, profissão, naturalidade, procedência
Registrar a fonte da história (paciente, acompanhante)
2. Queixa(s) Principal(ais):
Sucintamente registrar(s) o motivo(s) que levou(aram) o paciente ao médico ou hospital
3. História da Doença Atual:
Descrição cronológica e organizada dos fatos que trouxeram o paciente ao médico/hospital, incluindo dados anteriores sobre a doença atual e tratamentos feitos previamente para o entendimento da evolução do paciente.
4. História Médica Pregressa:
a) Relatar as doenças da infância e doenças da vida adulta (diagnósticos prévios, que não o da doença atual), cirurgias, traumas, hospitalizações, medicações (anteriores e atuais com doses e frequência)
b) Alergias: medicações, alimentos, insetos, animais, ocupacional
c) Hábitos e vícios: tabagismo, uso/abuso de álcool, cafeína, drogadição, comportamento e atividade sexual, dieta, atividade física
d) lmunizações: triplice, poliomielite, influenza, caxumba, pneumococo, tétano, hepatite A e B, BCG, PPD.
5. História Familiar:
Idade e condições de saúde de familiares (pai, mãe, irmãos, avós, tios, primos); argüir sobre diabete, hipertensão arterial, cardiopatia isquêmica (infarto), acidente vascular cerebral, dislipidemia, asma, nefropatias, atopia, neoplasias, doenças genéticas, pólipos intestinais, doenças psiquiátricas, tuberculose, artrite.
6. História pessoal e social:
Formação, educação, ocupação, religião, problemas sociais, familiares e profissionais.
7. Revisão de sistemas:
É a última parte da história clínica quando o examinador irá revisar todos os sintomas específicos ligados aos diversos aparelhos, sistemas e regiões do corpo. Algum aspecto relevante não informado ou não valorizado na história da doença atual ou pregressa poderá aparecer na revisão de sistemas.
- geral: estado atual de saúde, anorexia, emagrecimento ou aumento de peso, febre, sudorese, astenia, cansaço.
- cabeça: cefaléia, tontura, vertigem, traumatismos
- olhos: diplopia, visão turva, dor ocular, cataratas, glaucoma, perda do campo visual
- ouvidos: acuidade auditiva, vertigem, zumbido
- nariz e seios da face: epistaxe, coriza, infecções recorrentes, obstrução e prurido nasal, rinite alérgica, sinusite
- boca e garganta: dor de garganta, gengivites, estado dos dentes, próteses, boca seca, dor dentária, faringites, rouquidão.
-pescoço: nódulos, gânglios, alterações de tireóide.
-pulmões: tosse, expectoração, hemoptise, dispnéia, dor torácica, chiado, asma, bronquite, pneumonia, enfisema, tuberculose, exposição ocupacional.
-cardíaco: angina, palpitações, ortopnéia, dispnéia paroxistica noturna, edema, hipertensão arterial, febre reumática, sopros cardíacos, dislipidemia.
- trato gastrointestinal: disfagia, odinofagia, dor abdominal, apetite, náuseas e vômitos, diarréia, constipação, dietas, eructações, hematêmese, melena, enterorragia, hemorróidas, tenesmo, , doença péptica, endoscopias, icterícia, hepatites.
-gênito-urinário: disúria, hematúria, polaciúria, noctúria, nictúria, poliúria, alteração do jato urinário, incontinência, nefrolitiase, infecções.
Na mulher: menarca, menopausa, ciclo menstrual, dismenorréia, metrorragia, leucorréia,
anticoncepção, dor mamária, secreção mamilar, gravidez, dispareunia, vida sexual.
No homem: hérnia, dor ou massa testicular, secreção uretral, lesão genital, prostatite, disfunção sexual.
-neurológico: tontura, sincope, convulsões, parestesias, fraqueza muscular, tremor, alterações da força muscular e da sensibilidade.
-reumático: artrites, edema e rigidez articular, mialgias, gota, lombalgia.
-vascular: flebite, varizes, claudicação, cãimbras, fenômeno de Raynaud
-endócrino: poliúria, polidipsia, polifagia, intolerância ao frio e calor, bócio, osteoporose, diabete.
-hematopoiético: anemia, sangramentos, transfusão prévia, grupo sangüíneo, linfonodos (aumento, dor).
-dermatológico: manchas, erupções, pele seca, rashes, prurido, pigmentação anormal, alteração de cabelos e unhas.
-psiquiátrico: depressão, tristeza, agitação, pânico, ansiedade, alterações de memória, alterações de personalidade, alucinações.
1.2.4. Terminologia médica e principais sinais e sintomas de doenças
1.3. EXAME FÍSICO
Uso do instrumental para o exame físico: avental, esfigmomanômetro, estetoscópio, termômetro, fita
métrica, abaixadores de língua, lanterna, balança, oftalmoscópio/otoscópio, martelo de reflexos.
Técnica do exame físico:
Conceitos gerais: Inspeção – Palpação – Percussão – Ausculta.
Elementos do exame físico geral:
Ø Estado geral: bom, regular, mau (aparência, desenvolvimento corporal, grau de nutrição, disfunção aparente)
Ø Nível de consciência, atenção, orientação, memória
Ø Padrão respiratório
Ø Atitude: ativa, passiva, indiferente, preferencial
Ø Fáscies: tipica-atipica (de dor, cushingóide, mixedematosa, leonina, parkinsoniana)
Ø Fala e linguagem
Ø Movimentos involuntários: fasciculações, mioclonias, tiques, coréia,atetose, balismo
Ø Estado de hidratação: mucosas, turgor cutâneo, umidade das axilas, fontanela na criança
Ø Mucosas: cor (ictérica, cianose, palidez), úmidas, pouco úmidas, secas
Ø Pele e fâneros: manchas, pápulas, vesículas, bolhas, erosão, úlcera, fissura, crosta, escama, atrofia, cicatriz), estado dos pelos e das unhas.
Ø Tecido celular subcutâneo: edema (face, MsIs, pré-sacro, anasarca), infiltração, flogose localizada ou difusa
Ø Exame dos linfonodos: consistência, dor, mobilidade, aderência aos planos profundos
Ø Biotipo: normolíneo, brevilíneo, longilíneo
Sinais Vitais:
Ø Frequência de pulso
Ø Freqüência respiratória
Ø Pressão arterial
Ø Temperatura corporal
Medidas antropométricas:
Ø Peso
Ø Altura
Ø Índice de massa corporal
Ø Relação cintura-quadril
Ø Estado de nutrição
Elementos do exame físico específico:
6.1. Cabeça e pescoço:
Normocefálico, couro cabeludo, olhos (aspecto, pupilas, retina, pálpebras, esclera, campo visual e acuidade visual), orelhas (aspecto, canal auditivo, otoscopia, teste de Rinne e Weber, acuidade auditiva), nariz (mucosa, septo, pólipos), cavidade bucal (lábios, mucosa, pálato, Ilngua, amígdalas, gengivas, dentes, reflexo da deglutição).
pescoço -traquéia, laringe, tireóide (nódulos, bócio, sopros), jugulares (pressões e pulso
venoso), linfonodos (submentoniano, submandibular, auricular, occipitais, cervicais)
6.2. Tórax:
Inspeção estática e dinâmica, expansão torácica e do diafragma, palpação (elasticidade, FTV, linfonodos supraclaviculares e axilares), percussão (som claro, macicez, sub-macicez, timpanismo) e ausculta (murmúrio vesicular, sibilos, roncos, crepitações, sopros, atrito pleural, egofonia, voz).
6.3. Coração:
Inspeção estática e dinâmica (ictus cordis e batimentos), palpação, ausculta (bulhas normais e acessórias: B1, B2, B3, B4, estalidos, clicks; ritmo: regularidade, tempos, frequência; sopros: sistólicos, diastólicos; atrito pericárdico) ; alterações da PA.
6.4. Mamas:
Simetria, alterações cutâneas, retrações, mamilos e aréola, secreção marnilar, massas e nódulos, sensibilidade.
6.5. Abdome:
Inspeção (aspecto, forma, cicatrizes), ausculta dos ruidos peristálticos e sopros, percussão (timpanismo, macicez, fígado e baço, punho-percussão lombar), palpação superficial e profunda (pesquisa de ascite, fígado, baço, aorta, sensibilidade, defesa, dor e resistência à compressão-descompressão, massas abdominais, hérnias, bexiga, rins, linfonodos inguinais).
6.6. Músculo-esquelético:
Aspecto, edema muscular e articular, deformidades, dor, movimento, atrofia- hipertrofia, espasticidade, força, postura vertebral, marcha, linfonodos epitrocleares.
6.7. Vascular:
Pulsos arteriais (radiais, ulnares, braquiais, carotídeos, aorta abdominal, femorais, poplílteos, tibiais posteriores, pediosos), varizes, sinais de insuficiência venosa (edema, úlceras de estase, pigmentação).
6.8. Extremidades:
Hipocratismo digital, cianose, edema, cor, pigmentação, turgor, textura, temperatura, lesões, enchimento capilar.
6.9. Neurológico:
Estado mental, orientação, memória, fala, pares craneanos, motricidade (força, tônus, atrofia, fasciculações, clonus, marcha, coordenação, movimentos involuntários), sensibilidade (dolorosa, térmica, fina, profunda, vibratória), equilíbrio, reflexos (superficiais e profundos, Babinski).
6.10. Genital:
Homens -pênis, escroto, testículos, varicocele, hidrocele.
Mulheres - genitália externa, vulva, uretra, exame especular (cérvix, útero, vagina, anexos, toque vaginal-retal)
6.11. Retal:
Lesões externas, hemorróidas, fissuras, tônus e sensibilidade esfincteriano, massas, estreitamento, próstata, aspecto das fezes.
6.12. Variações do exame físico do adolescente e do idoso
1.4. EXAMES COMPLEMENTARES
O estudante de Medicina está exposto cada vez mais a uma enorme variedade de exames laboratoriais e de imagem, cuja valorização excessiva deve ser evitada pois a observação clínica é o instrumento primeiro para o diagnóstico e acompanhamento clínico. Deve-se integrar a investigação complementar a partir dos dados obtidos pela história clínica e exame físico, o que contribui para a acurácia do diagnóstico médico.
1.5. ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Apesar da anamnese, exame físico e exames complementares selecionados orientarem a decisão do diagnóstico final, torna-se necessário quantificar e definir melhor as etapas do raciocínio diagnóstico. Alguns conceitos epidemiológicos constituem atualmente a base para o desenvolvimento racional do diagnóstico clínico, instrumentando o médico com recursos valiosos e custo-eficientes para o manejo do paciente e sua doença. Esses instrumentos serão conceituados a seguir:
a) Sensibilidade: proporção de pacientes com a doença que tem resultado positivo no exame clínico (sinal presente no exame físico, por exemplo).
b) Especificidade: proporção de pacientes sem a doença que não tem resultado positivo no exame clínico (sinal ausente no exame físico, por exemplo).
c) Valor preditivo positivo (VPP): se o achado é positivo, qual a probabilidade do paciente ter a doença? É a razão entre - casos com achados positivos em pacientes com a doença/soma de todos os casos com achados positivos (verdadeiros e falsos positivos). Conceito útil, por exemplo, para diagnósticos mais rápidos em unidades de emergência.
d) Valor preditivo negativo (VPN): se o achado é negativo, qual a probabilidade do paciente não ter a doença? É a razão entre - casos com achados negativos em pacientes sem a doença/soma de todos os casos com achados negativos (verdadeiros e falsos negativos). Conceito útil, por exemplo, para decisões sobre investigação e diagnóstico em nível ambulatorial.
A tabela abaixo resume e facilita o entendimento do cálculo destes 4 parâmetros:
Achado/Doença Presente Ausente Total
Positivo a b a+b
Negativo c d c+d
Total a+c b+d a+b+c+d
Sensibilidade: a/a+c Especificidade: d/b+d VPP: a/a+b VPN: d/c+d
e) Padrão–ouro: é o teste referência com alta sensibilidade e especificidade para determinada doença, adotado como critério definitivo de diagnóstico.
f) Acurácia: é a freqüência com que um achado ou teste corresponde ao resultado verdadeiro. É a soma dos achados ou testes verdadeiro-positivos com os verdadeiro- negativos (a + d) dividida pelo total de pacientes avaliados (a + b + c + d)
g) Probabilidade pré teste: probabilidade de doença antes da aplicação dos resultados do exame clínico. Alguns achados quando positivos (presentes) aumentam a probabilidade de doença mas quando negativos não a modificam significativamente; outros achados são mais úteis quando negativos (ausentes), praticamente excluindo a doença, e quando positivos não modificam a probabilidade substancialmente.
h) Razão de probabildades (RP) ou de verossimilhança: a razão de probabilidades ou de verossimilhança expressa quantas vezes o diagnóstico de uma doença se torna mais ou menos provável em função de um achado clínico ou laboratorial ser positivo ou negativo. Parte sempre da probabilidade pré-teste, que é a prevalência da doença na população.
A RP+ é definida pela proporção de pacientes com a doença que tem o achado positivo dividido pela proporção de pacientes sem a doença que tem o mesmo achado positivo (RP positiva (RP+) = sensibilidade/1 - especificidade). A RP negativa é a proporção de pacientes com a doença que não tem o achado positivo dividido pela proporção de pacientes sem a doença que também não tem o achado positivo (RP negativa (RP-) = 1 – sensibilidade/especificidade). Achados clínicos com RPs > 1 aumentam a probabilidade de doença, e quanto maior a RP+ mais forte é o argumento a favor da doença. RPs entre 1 e 0 diminuem a probabilidade de doença, e quanto mais próxima do zero for a RP- para a presença do achado mais forte o argumento contra a doença.
i) Probabilidade pós-teste: é o produto da probabilidade pré-teste pela razão de probabilidades ou de verossimilhança positiva (achado positivo) ou negativa (achado negativo).
Procurar respostas a questões genéricas para a resolução de um problema clínico (ex., como examinar um coração, um tórax ou um abdome) envolve determinadas estratégias de busca de informações:
· em livros texto (ex., Bates, Porto, Epstein, Harrison, Cecil)
· em diretrizes ou consensos (“guidelines”); por exemplo www.guidelines.gov (americanos), www.cma.ca/cpgs (canadenses)
· em sites de revistas importantes na área de clínica médica; por exemplo www.nejm.com (New England Journal of Medicine), www.acponline.org (Annals of Internal Medicine).
Já informações referentes à questões específicas (ex., qual a sensibilidade e especificidade da palpação abdominal para o diagnóstico de aneurisma de aorta) exigem outra estratégia, com acesso a:
· bancos de dados com informação “pré filtrada”, ou seja, aqueles que incorporam estudos atualizados com maior rigor científico e estatístico. Exemplos são o Up to Date (www.uptodate.com), Cochrane Collaboration (www.updateusa.com/cochrane.htm). Alguns desses sites exigem pagamento anual para acesso.
· bancos de dados gerais, como o Pub Med (www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed, gratuito) e a Bireme (www.bireme.br, gratuito), ambos com ampla bibliografia disponível.
A revista JAMA (revista da American Medical Association: www.jama.com), através de uma série de artigos de revisão sistemática publicados periodicamente, tenta avaliar a sensibilidade, a especificidade e o valor preditivo do exame clínico, colocando a semiologia em uma perspectiva baseada em evidências, o que certamente implica em uma medicina mais acessível e custo-efetiva.



1.6. LISTA DE PROBLEMAS
A lista de problemas é fundamental para a organização do prontuário médico orientado aos problemas, desenvolvido por Lawrence Weed em 1969. É um registro de todos os problemas relevantes relacionados à saúde do paciente, e é colocada na frente do prontuário para todos terem acesso rápido e na forma de sumário dos problemas clinicamente relevantes. Cada anotação é datada, havendo uma cronologia lógica em duas colunas: problemas atuais e ativos (esquerda) e problemas inativos e passados (direita). Incluem-se nesta lista de problemas ativos: sintomas, sinais físicos, resultados de exames complementares, diagnósticos estabelecidos, problemas sociais ou fatores de risco significativos. Nos problemas inativos incluem-se procedimentos e cirurgias prévias e doenças com resolução completa.
1.7. PRONTUÁRIO MÉDICO
Organização e registro dos dados coletados relativos à anamnese, exame físico, dados laboratoriais, lista de problemas, elaboração do diagnóstico e evolução médica do paciente. Dividido em duas seções, o atendimento ambulatorial (anamnese, exame físico, evolução médica e de enfermagem, exames complementares) e a internação hospitalar (nota de baixa, prescrições médicas e de enfermagem, evolução médica, exames complementares, nota de alta).
1.8. PACIENTE HOSPITALIZADO VERSUS PACIENTE AMBULATORIAL
Tradicionalmente o ensino da Semiologia é feito com pacientes hospitalizados. A enfermaria ainda é um local privilegiado para o ensino de técnicas de exame físico pois usualmente ele é alterado, face as complexidades das doenças que levam à internação. Kira e Martins sugerem, entretanto, que a história clínica poderia ser exercitada a partir de pacientes de ambulatório, que apresentam problemas menos complexos, permitindo que o raciocínio hipotético-dedutivo possa ser exercitado pelos alunos desde o primeiro contato na disciplina de Semiologia.
1.9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) Bates Propedêutica Médica. Bickley LS, Hoelkelman RA. 7 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001, p. 2-125.
2) Porto, CC. Semiologia Médica. 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001, p. 3-158.
3) Epstein O, Perkin GD, de Bono DP, Cookson J. Exame Clínico. 2 ed., Porto Alegre:
Artes Médicas, 1998, p. 1-50.
4) Benseñor I, Atta JA, Martins, MA. Semiologia Clínica. 1 ed., São Paulo: Sarvier, 2002, p. 7-38.
McGee, S. Evidence–Based Physical Diagnosis. 1 ed., Philadelphia: WB Saunders Company, 2001, p. 3-33.
4) Hampton JR, Harrison MJG, Mitchell JRA, Prichard JS, Seymour C. Relative contributions of History-taking, Physical Examination, and Laboratory Investigation to Diagnosis and Management of Medical Outpatients. BMJ 1975; 2: 486-489.
5) Roshan M, Rao AP. A Study on Relative Contributions of the History, Physical Examination and Investigations in Making Medical Diagnosis. JAPI 2000; 48(8): 771-775.
6) Martins HS, Olmos RD. Semiologia Baseada em Evidências. In: Benseñor I, Atta JA, Martins, MA. Semiologia Clínica. 1 ed., São Paulo: Sarvier, 2002, p. 243-252.
7) Sandler G. The importance of the history in the medical clinic and the cost of unnecessary tests. Am Heart J 1980; 100(6): 928-931.
8) Kira CM, Martins, MA. O Ensino e o Aprendizado das Habilidades Clínicas e Competências Médicas. Revista de Medicina de Ribeirão Preto 1996; 29: 407-413.
Colaboração:

Disciplina de Semiologia

Departamento de Medicina Interna

FFFCMPA


retirado de :http://www.nutrices.com/2011/06/diagnostico-medico-exame-fisico.html
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29 de jul. de 2011

LANMC: Processo Seletivo da Liga Acadêmica Norte-Mineira de Cirurgia

prProcesso Seletivo da Liga Acadêmica Norte-Mineira de Cirurgia: "


Abertas as inscrições para o Processo Seletivo da Liga Acadêmica Norte-Mineira de Cirurgia

Estão abertas as inscrições para a seleção de acadêmicos de Medicina da Unimontes do quarto ao sétimo período que desejam participar das atividades desenvolvidas pela LANMC.

As inscrições poderão ser realizadas na Comissão de Avaliação do curso de Medicina (segundo piso) com o funcionário presente (CCBS - Unimontes), no período de 29 de junho a 8 de agosto. Valor: R$20,00.

A prova será realizada em local a ser definido no dia 09 de Agosto de 2011, terça-feira (às 19:00h)

Para outras informações, confira o edital do processo seletivo.

Todos os estudantes que desejam integrar a LANMC são encorajados a ler e conhecer seu estatuto.


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24 de jul. de 2011

“Palestras Gratuitas e Cursos Gratuitos On line”

“Palestras Gratuitas e Cursos Gratuitos On line”: "
As palestras foram desenvolvidas como uma forma de “DDS on line”, economizando tempo, ganhando em qualidade e proporcionando comodidade aos participantes, além de ser gratuito e com certificado grátis.
Para ter acesso ao site dos cursos clique no link abaixo:

https://www.buzzero.com/aparecido-cruz/curso-online-Prevencao-de-Quedas-no-Trabalho.html

postagem retirada de :http://enfermagemurgenciaemergencia.blogspot.com/2011/06/palestras-gratuitas-e-cursos-gratuitos.html
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23 de jul. de 2011

Ciência : descobertas as células que cicatrizam medula espinhal - Pericitos

Pericitos, situados nos vasos sanguíneos, são responsáveis pela função.
Descoberta pode ajudar pacientes que sofrem danos no sistema nervoso.


Um estudo publicado nesta quinta-feira descobriu que tipo de células é responsável pela cicatrização da medula espinhal após uma cirurgia. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, e dirigida pelo cientista Jonas Frisén.
A equipe de Frisén demonstrou que a maioria das células das cicatrizes na medula espinhal lesionada provém dos pericitos, pequenas células situadas nos vasos sanguíneos.
Até então, acreditava-se que as células que formavam as cicatrizes após as lesões da medula espinhal eram as células da glia, que fazem parte do sistema nervoso.
O estudo do Instituto Karolinska permitirá que os cientistas concentrem nos pericitos suas tentativas de aumentar a cicatrização na medula espinhal, o que pode levar a novos tratamentos e favorecer a recuperação funcional dos pacientes com danos no sistema nervoso.
"Os pericitos começam a se dividir justo após o ferimento e dão lugar a um conjunto de células de tecido conjuntivo que migram em direção à lesão para formar uma grande porção de cicatriz", diz o artigo publicado pela revista "Science". Na ausência dessas células, ocorrem buracos no tecido, em vez de cicatrizes.

adaptado de :http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/07/pesquisa-descobre-que-tipo-de-celulas-cicatriza-medula-espinhal.html

22 de jul. de 2011

SEMINÁRIO Atendimento Pré-Hospitalar 2011 - 11 e 12 de agosto

PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO APH 2011 - 11 e 12 de agosto: "
O APH 2011 - 3º Seminário Nacional de Atendimento Pré-Hospitalar e de Resgate de Acidentados acontece paralelamente à programação das feiras EXPO PROTEÇÃO e a EXPO EMERGÊNCIA, eventos que reunirão mais de 40 mil visitantes entre os dias 10 e 12 de agosto de 2011, no Expo Center Norte, em São Paulo. Além da feira acontecerão também inúmeros cursos de formação voltados aos profissionais de emergência e um conjunto de simulações e demonstrações práticas de atendimentos de emergência. A EXPO EMERGÊNCIA - Feira de Resgate, Atendimento Pré-Hospitalar, Combate a Incêndio e Emergências Químicas é voltada ao setor de emergências e a única no Brasil reunindo especialistas nas áreas de emergências como incêndio, atendimento pré-hospitalar, emergências químicas, resgate e incêndio, apresentando as novidades e debates mais atuais no mundo e no Brasil sobre cada um destes assuntos. A feira tem entrada gratuita.
Participe do Seminário APH 2011 e tenha contato com o que de mais importante acontece neste setor.




Programação

PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO APH 2011

11 DE AGOSTO DE 2011 - Quinta-feira

Salas Cantareira 5 e 6

07h30 às 8h30 - Credenciamento

08h30 às 9h15 - Abertura Oficial

09h15 às 10h30 - Conferência:
Atenção às Urgências - Formação de Redes
Conferencista: Dr. Paulo de Tarso Abraão (Coordenador de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde - CGUE - Brasília - DF)

10h30 às 12h - Mesa:
Superlotação nas Portas de Emergência - A Visão de Quem Recebe os Pacientes
Participantes:
- Dr. Silvio Possa (Diretor do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch - M`Boi Mirim - São Paulo - SP)
- Dr. Francisco Romel Lima Araújo - (Hospital Geral de Fortaleza - HGE - Fortaleza - CE)
Coordenador: Dra Júnia Sueoka (Coordenadora do Sistema APH de São Caetano do Sul - SP)

12h às 14h - Sessão de Posters

14h às 15h30 - Mesa:
Integração Entre SAMU e Bombeiros com Regulação Única
Participantes:
- Maj PM Wilson de Oliveira Leite (CBPMESP - Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo - São Paulo - SP)
- Dr Ricardo Galesso Cardoso (GRAU- Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências - São Paulo - SP)
- Dr. José Roberto S. Hansen (Coordenador SAMU Campinas - Campinas - SP)
Coordenador: Dr Antonio Onimaru (SBAIT - Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado - São Paulo - SP)

15h30 às 16h10 - Palestra:
Resgate Aeromédico - Uma Nova Realidade Brasileira
Palestrante: Major Cezar Ângelo Galletti Júnior (GRPAe - Grupamento de Rádio Patrulhamento Aéreo - PMSP - São Paulo - SP)

16h10 às 16h50 - Palestra:
Novas Diretrizes: Protocolo RCP 2010
Palestrante: Dr Sérgio Timerman (Diretor do Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares/INCOR - São Paulo - SP)

16h50 às 18h20 - Mesa:
Protocolos Ampliados para Suporte Básico com Regulação Médica
Participantes:
- Dr. Wilson Pacheco (Conselho Federal de Medicina - Florianópolis - SC)
- Representante do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
- Enf. Marisa Malvestio (Consultora Técnica do Ministério da Saúde - São Paulo - SP)
Coordenador: Enf. Roberto de Oliveira Castro (COBEEM - Colégio Brasileiro de Enfermagem em Emergência - São Paulo - SP)


12 DE AGOSTO DE 2011 - Sexta-feira


08h30 às 10h - Mesa:
Capacitação da Rede Nacional do SAMU 192
Participantes:
- Enf. Marisa Malvestio (Consultora Técnica do Ministério da Saúde - São Paulo - SP)
- Enf. Liliana Amaral (Hospital Alemão Oswaldo Cruz - São Paulo - SP)
Coordenador: Dra Júnia Sueoka (Coordenadora do Sistema APH de São Caetano do Sul - SP)

10h às 10h40 - Palestra:
Requisitos para Ambulâncias e Tripulantes de Serviços de APH
Palestrante: Dr. Carlos Alberto Eid (ABRAMET - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - São Paulo - SP)

10h40 às 12h10 - Mesa:
Requisitos para a Capacitação de Instrutores em Emergência no APH
Participantes:
- Dra Denise Vilela (NEP do SAMU de SP - São Paulo - SP)
- Ten PM Diógenes Martins Munhoz (Escola Superior de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São Paulo - ESB/CBPMESP - São Paulo - SP
- Ronaldo Furlan Tafuri (Fox Treinamentos - São Paulo - SP)
Coordenador: Waltecir Lopes (Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares/INCOR - São Paulo - SP)

12h10 às 13h30 - Sessão de Posters

13h30 às 14h20 - Conferência:
Plano de Operação de Emergência com Múltiplas Vítimas
Conferencista: Dr Edison Valle Teixeira Júnior (Diretor Médico do SIATE - Curitiba - PR)

14h20 às 15h - Palestra:
Experiência de APH no Desastre na Região Serrana do RJ
Palestrante: Representante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro - CBMERJ - Rio de Janeiro - RJ

15h às 15h40 - Palestra:
Segurança de Cena no APH em Rodovias
Palestrante: Dr Antonio Onimaru (SBAIT - Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado - São Paulo - SP)

15h40 às 16h20 - Palestra:
Saúde Ocupacional no APH
Palestrante: Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior (Diretor do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego - São Paulo - SP)

16h20 às 17h - Palestra:
APH Tático: Da Ficção à Realidade
Palestrante: Jorge Alexandre Alves (Fire & Rescue College - Itatiba - SP)

17h às 17h40 - Palestra:
Analgesia no APH
Palestrante: Dr Samir Lisak (GRAU- Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências - São Paulo - SP)

17h40 às 18h10 - Palestra:
Novas Tecnologias no APH
Palestrante: Dr Claus Robert Zeefried (SAMU SP - São Paulo - SP)

18h10 às 18h20 - Encerramento

INVESTIMENTO

Profissionais
R$ 380,00

Pacote 5 Profissionais
R$ 1.250,00

FAÇA SUA INSCRIÇÃO PELO SITE:

http://www.protecaoeventos.com.br/eventos/content/inscricao/index.php?id_menu=1619&id_eventopai=128
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retirado de : http://enfermagemurgenciaemergencia.blogspot.com/2011/07/programacao-do-seminario-aph-2011-11-e.html

XII Congresso Nacional de Cirurgia Experimental

XII Congresso Nacional de Cirurgia Experimental - SOBRADPEC: "













Evento: XII Congresso Nacional de Cirurgia Experimental - SOBRADPEC

Data: 26 a 29 de outubro de 2011

Local: Ribeirão Preto - SP

Inscrições: R$ 50,00 para estudantes e 80,00 para residentes.

Envio de trabalhos: até 10/09





Para saber mais informações, acesso o site oficial do evento








retirado de : http://www.mediconerd.com/2011/07/xii-congresso-nacional-de-cirurgia.html
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49º Congresso Brasileiro de Educação Médica

49º Congresso Brasileiro de Educação Médica: "










Evento: 49º Congresso Brasileiro de Educação Médica
Data: 12 a 15 de novembro de 2011
Local: Belo Horizonte - MG
Inscrições: diversos valores conforme com/sem alojamento, leia mais aqui.
Envio de trabalhos: até 14/08


Para saber mais informações, acesso o site oficial do evento







retirado de : http://www.mediconerd.com/2011/07/49-congresso-brasileiro-de-educacao.html
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35º Congresso Brasileiro de Pediatria

35º Congresso Brasileiro de Pediatria: "








Evento: 35º Congresso Brasileiro de Pediatria

Data: 8 a 12 de outubro de 2011

Local: Salvador - BA

Inscrições: estudantes R$ 120,00, residentes R$ 230,00 e médicos associados R$ 400,00

Envio de trabalhos: até 18/07





Para saber mais informações, acesso o site oficial do evento





retirado de : http://www.mediconerd.com/2011/06/35-congresso-brasileiro-de-pediatria.html
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20 de jul. de 2011

Acidentes: 1/3 acidentados de moto fica com sequelas

Se a moto não mata ela incapacita "
O levantamento para traçar o perfil foi realizado com 255 acidentados internados no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT).

Durante seis meses, de todos os acidentados acompanhados, 84 precisaram de internação e, destes, 54% tiveram fratura exposta, 32,3% tiveram sequelas permanentes, 14,7% ficaram paraplégicos ou sofreram amputação e 82,4% ficaram mais de seis meses afastados do emprego.(provando que esse é um problema de saúde pública , mas támbem ecônomico )

A média foi de 18 dias de internação, sendo que 14% dos pacientes, após a alta médica, precisaram ser reinternados.

Segundo o ortopedista Marcelo Rosa, além da ocupação de diversos leitos, a internação dos 84 pacientes representou um custo de, aproximadamente, R$ 3 milhões à instituição.

Ele destaca que apesar dos homens serem a maioria, o percentual de mulheres internadas chegou a 10%, o dobro do verificado em estudos anteriores.

A maioria dos acidentes ocorreu em colisões com carro e 71% dos envolvidos são jovens no auge da produtividade.

Dos pacientes acompanhados, 12% tiveram lesões neurológicas periféricas. Marcelo Rosa acrescenta que os acidentes de moto devem ser vistos como uma epidemia.

I Fórum Segurança e Saúde



Com base nos dados, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, realiza nesta sexta-feira, 1º de julho, o I Fórum Segurança e Saúde. O evento, organizado em parceria com a Secretaria Municipal de Transportes, é voltado para motociclistas, técnicos de saúde e trânsito. O objetivo é buscar propostas que diminuam o número de acidentes com motocicletas.

Data: 1 de julho de 2011

Horário: 8h às 18h

Local: Teatro Faculdade de Medicina da USP – Av. Dr. Arnaldo, 455 -Cerqueira César/São Paulo – próximo à estação Clínicas do Metrô.

Vagas limitadas, inscrição gratuita: cegom@hcnet.usp.br – (11) 3086-4106

#fica a dica - http://www.sbn-neurocirurgia.com.br/site/pense_bem.asp

- Perfil do motociclista acidentado: será que são sempre motoboys?

- Pare e Pense – O problema social dos motoboys






adaptado de :http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2011/06/30/um-em-cada-tres-acidentados-de-moto-fica-com-sequelas-permanentes/
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Cursos (Grátis): Queimaduras (com certificado)

Curso Online (Grátis): Queimaduras (com certificado): "
Carga Horária: 30 horas/aula
Curso Online (Grátis): Queimaduras (com certificado)
Autor(a) do Curso: Daniel Jorge de Pádua Salgado

Curso com ênfase em anatomia da pele; tipos de queimaduras; fisiopatologia, classificações, abordagem e tratamento diante um paciente queimado.

Para realizar a sua inscrição acesse o link abaixo:

https://www.buzzero.com/cursos-online-de-medicina-e-saude/curso-online-Queimaduras_6005#orderForm
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Cirurgia : transplante inédito de traqueia sintética

Pela primeira vez ocorre uma cirurgia em que se substitui a traquéia biológica por uma de material sintético.

Revestido com células-tronco do próprio paciente, órgão não corre risco de rejeição, diz médico.

Da BBC
A Universidade Karolinska, em Estocolmo, na Suécia, anunciou ter realizado o primeiro transplante de traqueia sintética do mundo.
O órgão artificial, revestido com células-tronco do próprio paciente e desenvolvido por cientistas na Grã-Bretanha, foi implantado em um homem de 36 anos, vítima de câncer.

O cirurgião-chefe do procedimento, o professor italiano Paolo Macchiarini, informou que o paciente passa bem, um mês após a cirurgia.
A traqueia artificial foi desenvolvida por cientistas da University College London, liderados pelo médico Alex Seifalian, a partir de imagens em 3D captadas do órgão do próprio paciente.
A base, feita de vidro, com diversos poros, foi mergulhada em células-tronco do paciente, que se dividiram e se transformaram em tecido, dando forma à frágil estrutura que se tornaria, em seguida, a futura traqueia.
Por não ser de outro doador, a nova traqueia não corre o risco de rejeição.
Operação
Na cirurgia, que durou 12 horas, o tumor do tamanho de uma bola de golfe (que resistia à quimioterapia) foi totalmente retirado, assim como partes da traqueia doente, então substituída pela estrutura de tecido produzida artificialmente.
Células-tronco retiradas da medula óssea e da mucosa do nariz também foram implantadas durante a operação. Elas são capazes de se dividir e crescer, revestindo a traqueia artificial.

Macchiarini comemorou o avanço científico, dizendo que 'a beleza' da técnica "é que você pode ter (o órgão) imediatamente. Não há nenhum atraso. Não depende de uma doação humana".
"Graças à nanotecnologia, este novo ramo da medicina regenerativa, agora somos capazes de produzir uma traqueia feita por encomenda num prazo de dois dias ou uma semana", disse.

A cirurgia ocorreu no hospital da Universidade de Karolinska. O paciente é um estudante africano que vive na Islândia. Ele sentia dificuldades de respirar e morreria sem o transplante.
Macchiarini já tem dez transplantes de traqueia em seu currículo. Ele disse que agora espera adotar a mesma técnica em um bebê na Coreia do Sul, que nasceu com uma má-formação no órgão.

Médico reanima menino depois de parada cardíaca de 40 minutos

Como dizem  : a esperança é a última que morre, e foi assim que após inteminavéis 40 minutos ocorreu a sobrevivência de um menino após  parada cardíaca de 40 minutos: "


Um menino de cinco anos, cujo coração parou durante 40 minutos, foi trazido de volta pelo médico do hospital onde estava internado na Grã-Bretanha, que abriu seu peito e massageou o coração com as próprias mãos.
Joshua Baker sofreu a parada cardíaca em dezembro de 2010, dias depois de passar por uma operação cardíaca arriscada no Hospital de Glenfield, em Leicester.
O coração de Joshua parou de bater quando os pais do menino, Rebecca e Lee Baker, estavam perto de sua cama. Médicos e enfermeiras correram, mas um dos cirurgiões do caso de Joshua, Giles Peek, passava pelo local.
Peek abriu o peito do menino e começou a massagear o coração de Joshua durante 40 minutos até que ele voltasse a bater sozinho.
Logo depois, os médicos avisaram aos pais que, mesmo se Joshua sobrevivesse até o dia seguinte, o menino provavelmente teria algum dano cerebral devido ao fato de seu cérebro ter ficado sem oxigênio.
No entanto, meses depois de ter sofrido a parada cardíaca, Joshua se recuperou e voltou a viver uma vida normal.
Joshua já está recuperado e nos braços da mãe (Foto: Caters / via BBC)Joshua já está recuperado e nos braços da mãe
(Foto: Caters / via BBC)
Doença grave
Duas semanas depois de nascer, Joshua foi diagnosticado com uma doença grave e congênita do coração.
Antes dos dois anos de idade, o menino passou por quatro grandes operações e sete procedimentos menores. Em novembro de 2010, durante exames de rotina, os médicos descobriram que um dos lados do coração de Joshua estava com um problema grave que só poderia ser resolvido com uma operação longa e complexa.
A operação, para fortalecer os ventrículos do coração, era muito arriscada e os médicos alertaram a família que Joshua teria apenas 20% de chance de sobreviver.
No entanto, ele sobreviveu à operação e foi mantido na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Glenfield, onde sofreu a parada cardíaca e foi reanimado pelo médico Giles Peek.
O menino ficou na Unidade de Terapia Intensiva por duas semanas, até se recuperar.

adaptado  de :http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/07/medico-reanima-menino-depois-de-parada-cardiaca-de-40-minutos.html

Funorte premiada em congresso de BH

Funorte premiada em congresso de BH: "
A construção do conhecimento a partir de uma prática supervisionada. Esse é o objetivo da Liga Acadêmica de Radiologia da Funorte, composta pelos acadêmicos de Medicina Maria Fernanda Abreu, André Fróes, Sarah Mendes, Lucas Magalhães, Zilton Aêdo e Lorena Mota e orientados pela professora Katiane de Freitas Mota Gomes. As atividades pautadas no ensino, pesquisa e extensão são realizadas com pacientes do Grupo Ressonar e acompanhadas pelos professores Simone Aires de Sá e Augusto Gonçalves dos Santos Filho.

Divulgação



Maria Fernanda Abreu, presidente da Liga Acadêmica diz que o encontro Brasil-Chile de Radiologia é considerado o maior evento de radiologia da América Latina e o quarto maior do mundo

Tais atividades concentram-se no acompanhamento técnico da realização de exames de imagem (Ressonância Magnética, Tomografia Computadorizada, Ultrassonografia, Biópsias guiadas, Radiografias simples e contrastadas), em discussão de laudos com médicos radiologistas e desenvolvimento de trabalhos científicos, já apresentados em jornadas e congressos, além de auxílio à população na realização dos exames. Ao mesmo tempo, os acadêmicos têm a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos no ambiente acadêmico.



TRABALHO PREMIADO

Desde que a Liga Acadêmica de Radiologia foi implantada, vários trabalhos já foram apresentados em seis renomados congressos do país, sendo que um deles chegou a ser premiado.

- Apresentamos um trabalho científico com o tema Avaliação por ressonância magnética do câncer de reto: o que a técnica de alta resolução pode acrescentar no planejamento terapêutico, e ele foi eleito o melhor da IX Jornada Sudeste de Radiologia e Diagnóstico por Imagem e VII Congresso de Imaginologia da Mulher, que aconteceu de 17 a 19 de março deste ano, em Belo Horizonte. Não podemos deixar de citar também a participação da Liga na 41° Jornada Paulista de Radiologia e 1° Encontro Brasil-Chile de Radiologia, considerado o maior evento de radiologia da América Latina e o quarto maior do mundo - frisou Maria Fernanda Abreu, presidente da Liga Acadêmica.

O vice-presidente da Liga, André Luiz Fróes, chama a atenção para a importância das ligas acadêmicas e sua relevância no âmbito profissional.

- As ligas surgem principalmente da vontade estudantil de aprimoramento, com o intuito primordial de aprofundar conhecimentos, desenvolver atividades extracurriculares e interagir socialmente. O cenário de nossas práticas acontece nas clínicas do Grupo Ressonar, com a grande receptividade de todos os funcionários, médicos, administradores e pacientes, as atividades desenvolvem-se num ambiente de grande cordialidade e profissionalismo, com apoio integral de todas as partes.

A Liga Acadêmica de Radiologia da Funorte funciona há 6 meses e neste período realizou diversas atividades práticas, teóricas e de iniciação científica. A primeira reunião aconteceu em julho de 2010, a fim de montar o grupo que iniciaria as atividades.

Encerradas as atividades do primeiro grupo da Liga Acadêmica, os novos membros já se preparam para dar continuidade aos trabalhos a partir do mês de agosto. Os nomes dos novos participantes ainda não foram divulgados.


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17 de jul. de 2011

Fundação Sara Institucional


fundação há anos mostra que é possível suprir a lacuna que existe na saúde com a boa vontade,criatividade e iniciativa se a sociedade investe nas crianças e nos quem mais necessitam .Pois assim se torna a sociedade mais forte e unida em prol de causas nobres .
Um exemplo pra todos !!Do norte de minas para o BRASIL.
 Parabéns !

Ciência e filosofia dialogam em mesa da Flip

Ciência e filosofia dialogam em mesa da Flip:

A feira literária demonstra mais uma vez que nosso país tem qualidade para realizar eventos de grande magnitude e bom conteúdo , desenvolvendo a mentalidade daqueles que aspiram um dia ser grandes cientistas, filósofos,escritores .


Do G1, em Paraty
Ciência e filosofia tiveram um encontro na noite desta quinta-feira (7) na mesa” O humano além do humano”, a última do dia na Festa Literária Internacional de Paraty. Mediado pela jornalista Laura Greenhalgh, o debate teve as participações do neurocientista Miguel Nicolelis e o filósofo da religião Luiz Felipe Pondé.
Com a ajuda de projeções no telão, Nicolelis abriu a apresentação exibindo imagens e o sons de uma tempestade cerebral."Este é registro de áudio produzido por 100 neurônios simultaneamente. Traduzindo: é o barulho produzido quando transformamos nossas intenções em ações e desejos", anunciou o neurocientista. "Meu filho diz que parece o som de alguém fazendo pipoca ouvindo um rádio AM fora de sintonia", brincou.
"Nossa utopia é justamente restaurar os desejos motores do corpo de um primata que não consegue mais realizar movimentos. E isso será conseguido através de um exoesqueleto que espero, daqui a três anos, a gente consiga que seja utilizada por uma criança privada de seus movimentos. Ela vai entrar em campo junto com nossa seleção e marcar esse gol para a Humanidade", disse Nicolelis, arrancando palmas do público. "Aí vamos dar uma resposta para quem acha que brasileiros não realizam sonhos impossíveis".
Através de imagens de experimentos envolvendo conceitos de realidade virtual, mecânica e neurociência, Nicolelis revelou um projeto ambicioso  batizado de Walk Again, e que pretende apresentar na abertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Para Pondé, é natural a busca do ser humano pela superação do sofrimento é natural e legítima, mas faz uma ressalva. "A ciência moderna tem capacidade resolver problemas e tranforma em esperança do ser humano. Mas é preciso saber os limites em que ela pode atravessar com o conhecimento cientifico".
Ele lembrou dos princípios de eugenia (melhoramento genético), desenvolvido posteriormente pelo nazismo com o objetivo de alcançar a pureza racial, e reconheceu traços perigosos na busca do "além do humano".
"A eugenia está inscrita no projeto filosófico moderno. Somos todos eugenistas de um forma ou de outra: todos queremos construiur um ser humano que sofra menos. Isso carrega em si riscos de monstros. O que humaniza o ser humano é justamente o fracasso".


retirado de :http://g1.globo.com/flip/2011/noticia/2011/07/ciencia-e-filosofia-dialogam-em-mesa-da-flip.html

Sobrac - Precon: Simpósio de Arritmias

13 de jul. de 2011

BBC Serie sobre Cirurgia: Sangue e Visceras

História da Neurocirurgia: Harvey Cushing: "

Harvey Cushing foi um desses gênios obsessivos que sacrificam tudo em nome de um ideal. No caso de Cushing, este ideal era a neurocirurgia, ainda nos seus primórdios, no início do século XX.

Quando Harvey Cushing (1869-1939) deu seus primeiros passos na carreira de neurocirurgia, em 1901, as perspectivas para o campo eram desanimadoras, porque as taxas de mortalidade e morbidade eram elevadíssimas. Entretanto, Cushing conseguiu realizar cirurgias intracranianas clinicamente eficazes, e não apenas viáveis, com uma tecnologia inovadora na época: o conhecimento e controle da pressão intracraniana (PIC). Em 1910, Cushing tinha acumulado um número suficiente de casos de pacientes com tumores operados com sucesso (180) para ter estatísticas convincentes. Sua taxa de mortalidade por tumores era de 10-15%.

Posteriormente, Cushing desenvolveu outras técnicas e incorporou métodos eletrocirúrgicos, que facilitaram a ressecção segura de tumores cerebrais, que anteriormente se presumia serem inoperáveis​​. Essas conquistas foram fundamentais para a criação da neurocirurgia.
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retirado de http://semiologiamedica.blogspot.com/2011/06/historia-da-neurocirurgia-harvey.html

O Fenômeno das Ligas Acadêmicas de Estudantes de Medicina

O Fenômeno das Ligas Acadêmicas de Estudantes de Medicina: "

Por Pablo Alves Auad Moreira
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB

Resumo
As ligas acadêmicas (LA) são entidades formadas por alunos da graduação sob a supervisão de professores da área médica e têm como um de seus principais objetivos o aprofundamento em determinada temática de Medicina. Assiste-se a um fenômeno de expansão exagerada das LA. Tais entidades, se bem conduzidas, podem trazer grandes benefícios à formação médica; entretanto, a multiplicação de ligas acadêmicas estudantis sem o devido critério pode acarretar consequências negativas para os discentes.

Palavras-chave: Ligas acadêmicas. Educação médica. Atividades extracurriculares.

As Ligas Acadêmicas (LA) são entidades formadas por grupos de alunos de diferentes anos da graduação, que decidem se aprofundar em determinado tema, sob a supervisão de profissionais e professores vinculados a Instituição de Ensino Superior ou Hospitais de Ensino. As LA participam de forma efetiva na educação médica, promovendo conhecimento e atuação em áreas específicas e permitindo aproximação do estudante com as especialidades. Elas entram, juntamente com outras atividades extracurriculares, no chamado currículo paralelo do estudante de medicina.

A primeira LA brasileira foi criada em 1920, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e constituiu-se na 'Liga de Combate à Sífilis'. No Brasil, a expansão das LA foi dada inicialmente num momento de grande tensão político-social, correspondente aos anos da ditadura militar. Nesse contexto, associações estudantis passaram a questionar a essência do ensino universitário e o direcionamento e a aplicabilidade dos avanços técnico-científicos.

As escolas médicas brasileiras estão assistindo a um fenômeno exagerado de criação de novas ligas acadêmicas. Aumento este que se refletiu na criação, em setembro de 2006, da Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de Medicina (ligada à Associação Brasileira de Educação Médica, 2007) durante o 8º Congresso Brasileiro de Clínica Médica, sediado em Gramado/RS, o que representou um marco na história da medicina brasileira, contando com o apoio de várias entidades médicas regionais e nacionais.

A proliferação das ligas, interessantemente, coincide com os períodos de reformas curriculares, o que pode sugerir uma busca dos estudantes por complementação de conteúdos num contexto de currículos que talvez não lhes transmitam segurança. Corroboram esta hipótese os dados de Tavares et al. (2004), que apontam como principal motivação para atividades extracurriculares a aquisição de maior experiência clínica e um currículo melhor.

As ligas têm constituído, ainda que informalmente, importante cenário de inserção do estudante em serviços de atenção à saúde e têm sido fonte de motivação para os estudantes. Por possibilitar uma maior aproximação com a prática médica, estudos observam que há uma maior participação de estudantes dos quatro primeiros anos da graduação. Segundo o estudo de Peres e Andrade (2007), a participação em LA foi a atividade mais frequentemente relatada pelos estudantes do primeiro ao terceiro ano do curso de medicina, e 'aproximar-se da prática médica' foi o principal motivo apontado nesse quesito.

As LA proporcionam a introdução dos estudantes dentro de um tema de interesse, em um ambiente construído e conduzido por eles próprios, sob orientação, tornando possível uma grande aquisição de aprendizado e experiência.

Idealmente, espera-se que as LA constituam-se de um ambiente onde o aluno possa atuar junto à comunidade como agente de promoção de saúde e transformação social, ampliando o objeto da prática médica, reconhecendo as pessoas como atores do processo saúde-doença, o qual envolve aspectos psicossociais, culturais e ambientais, e não apenas biológicos.

As LA, então, podem propiciar, além do desenvolvimento de senso crítico e raciocínio científico, uma prática mais ampla do exercício da cidadania, com o olhar voltado para as necessidades sociais e a integralidade da assistência à saúde.

A participação dos alunos em LA ocorre em âmbitos de ações em saúde, ensino, pesquisa e extensão; aspectos que, a despeito das divergências estruturais nos diferentes cenários do ensino médico, são relativamente homogêneos em todas as regiões brasileiras.

Desta forma, além de aulas, cursos, atividades de pesquisa e assistência em diferentes cenários da prática médica, seria importante a inserção dos alunos na comunidade, por meio de atividades educativas, preventivas ou de promoção à saúde, como feiras de saúde e campanhas, objetivando melhorar a qualidade de vida da população e adquirir mais experiência e conhecimento.

Tavares et al. (2004) afirmam que estas atividades são extremamente comuns e constituem 'parte importante do treinamento da maioria dos estudantes de medicina brasileiros, servindo claramente como complementação de seu treinamento sabidamente deficiente na maioria de nossas escolas ' (TAVARES et al., 2004, p.6).

Por outro lado, segundo Peres et al. (2007), o envolvimento de alunos em atividades extracurriculares não representa apenas uma tentativa de preencher lacunas curriculares, mas também de integrar-se com colegas e de atender a indagações profissionais. Vieira et al., num estudo com o objetivo de identificar e descrever as atividades extracurriculares de estudantes de Medicina, citam-nas como estratégia de socialização e mecanismo de adaptação e combate ao estresse.

Esta aspiração por atividades práticas dos participantes das LA parece relacionada ao desejo de reconhecimento social e à satisfação da necessidade do graduando de praticar suas habilidades precocemente, abrandando a necessidade psicossocial de ser reconhecido como um adulto profissionalmente capaz.

Apesar dos inúmeros benefícios que a formação das LA podem trazer à formação médica, elas podem oferecer riscos à formação profissional seja por falta de orientação pedagógica seja por inadequada supervisão docente, conferindo aos estudantes autonomia inaceitável e incompatível com seu nível de formação. Para Taquette et al. (apud HAMAMOTO FILHO et al., 2010) , uma das possíveis consequências dos estágios práticos sem supervisão adequada é a aprendizagem de conceitos e técnicas errados e a incorporação de condutas antiéticas à prática profissional.

É fundamental que as LA não se afastem muito da sua função primária de extensão universitária, deixando em segundo plano ou ignorando totalmente as atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde.

É referido também o risco de que as atividades das ligas tragam uma carga horária adicional, nos moldes das atividades acadêmicas de rotina, reproduzindo a lógica meritocrática e as relações burocratizadas e hierárquicas da instituição, fortalecendo um ambiente competitivo na escola médica. Dessa forma, fazendo com que a atuação nestas seja apenas mais uma forma de aumentar os curriculum vitae dos alunos com certificados de participação, ou ainda uma forma de se destacar diante de alguns professores, buscando a futura seleção para os programas de residência. As LA também não deveriam se prestar ao papel de simplesmente antecipar conteúdos curriculares que serão oferecidos posteriormente ao aluno, ao longo do curso.

Algumas ligas se tornam espaços de "especialização precoce", oferecendo riscos ao inserirem o estudante em práticas clínicas de áreas específicas, e não oferecendo qualquer serviço em prol da comunidade.

Preocupa, também, o fato da multiplicação acrítica das LA, sem que se levem em consideração sua relevância acadêmica e social, a clareza e coerência pedagógica de seus objetivos, seu modelo de gestão (sustentabilidade, critérios para entrada de membros, interação com outras LA), e sua ideologia (democratização, articulação com o Sistema Único de Saúde, amplo entendimento dos processos de adoecimento e respeito a princípios éticos e humanísticos).

Peres e Andrade (2005) concluíram que pouco se sabe a respeito do impacto das atividades extracurriculares sobre o desenvolvimento psicossocial e cognitivo, o rendimento acadêmico e o ajustamento do estudante à Universidade. Mesmo assim, não há dúvidas sobre a necessidade de implementar medidas de racionalização de abertura de novas ligas.

As ligas acadêmicas, portanto, merecem atenção nas discussões sobre educação médica. É fundamental dirigir a atenção ao seu modelo de funcionamento e avaliar objetivamente seu impacto na educação médica. Acredita-se que o crescimento do número de ligas deve ser analisado criticamente.

Espera-se que as propostas de novas ligas tenham relevância acadêmica e social, articulem bem as propostas de ensino, pesquisa e extensão, tenham modelo de gestão adequado para autossustentabilidade e democratização de processos, bem como respeito a princípios éticos e humanísticos nas atividades planejadas.

Do ponto de vista da participação dos alunos nos rumos das instituições, é fundamental que as LA não sirvam simplesmente para preencher lacunas curriculares, diminuindo o envolvimento e o interesse - tanto de discentes quanto de docentes - na discussão sobre mudanças curriculares necessárias. Corre-se o risco de as LA se tornarem apenas apêndices das disciplinas curriculares, num mecanismo de funcionarem apenas como 'tapa-buracos'.

As LA podem desempenhar um papel interessante na formação médica, devendo-se permanecer atento para que não caiam na armadilha de se configurarem como meras reproduções das distorções existentes na formação médica, mas na verdade se contraponham a estes problemas. Nelas, idealmente, os estudantes devem ter oportunidade de fazer escolhas de modo ativo e livre, ter iniciativas inovadoras, trocar experiências e interagir com colegas interessados nos mesmos assuntos e escolhidos por afinidade.

Espera-se que, nesse contexto, os estudantes possam adquirir conhecimentos práticos sem pressão, com mais satisfação e de modo mais significativo, desenvolver potenciais intelectuais, afetivos e relacionais, assim como a capacidade crítica e reflexiva, exercer a criatividade, a espontaneidade e a liderança, sendo mais atores e menos expectadores do processo ensino-aprendizagem.

Deste modo, as LA poderiam contribuir de fato para a adequada formação de um médico generalista humano e ético, reflexivo e crítico, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania. As LA podem favorecer o desenvolvimento de um profissional capaz de perceber e acolher o paciente em sua complexa integralidade biopsicocultural, capaz de trabalhar, respeitosa e construtivamente, em equipe multidisciplinar, e disposto a procurar ativa e permanentemente o conhecimento.

Referências
TORRES, A. R. et al. Ligas Acadêmicas e formação médica: contribuições e desafios. Interface Botucatu, v. 12, n. 27, 2008
FERREIRA, Lívia Leal et al. Ligas acadêmicas: o que há de positivo? Experiência de implantação da Liga Baiana de Cirurgia Plástica. Salvador – BA. Rev Bras. Cir. Plástic, 23(3): 158-61, 2008
HAMAMOTO FILHO, P. T. et al. Normatização da abertura de ligas acadêmicas: a experiência da Faculdade de Medicina de Botucatu. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 34, n. 1, 2010
PERES, C. M.; ANDRADE, A. S.; GARCIA, S. B. Atividades extracurriculares: multiplicidade e diferenciação necessárias ao currículo. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 31, n. 3, 2007.
AZEVEDO, R.P.; DINIZ, P.S. Guia para construção de Ligas Acadêmicas. Ribeirão Preto: Assessoria Científica da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina, 2006
TAVARES, A. P.; FERREIRA, R. A.; FRANÇA, E. B. et al. O "Currículo Paralelo" dos estudantes de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Rev Bras Educ Med. 31(3): 254-65, 2007.
MAFRA, S. Ligas acadêmicas. Diretórios Acadêmicos: CREMEPE, Pernambuco, v.2, n.7, 2006.
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retirado de :http://semiologiamedica.blogspot.com/

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