Uma equipe multidisciplinar de cientistas da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveu um método capaz de diminuir os riscos de morte e os custos de internação de pacientes que necessitam de monitoramento constante da pressão intracraniana, devido a doenças como epilepsia, acidentes vasculares cerebrais (AVC), traumatismos, tumores cerebrais e hidrocefalia, entre outras.
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tecnica antiga e invasiva |
O método consiste em acoplar um sensor ao osso da caixa craniana, através de uma pequena incisão na pele. A diferença para os métodos atuais, de acordo com Gustavo Henrique Frigieri Vilela, farmacêutico-bioquímico que compõem a equipe, é que não há necessidade de perfurar o crânio do paciente para realizar o monitoramento.
- Os métodos atuais colocam o sensor dentro do tecido cerebral, o que pode causar danos no tecido e também infecções, uma vez que abre um canal direto de comunicação do sistema nervoso central com o meio externo.
Com isso, a técnica desenvolvida pela equipe da USP é um método de diagnóstico minimamente invasivo, ou seja, traz menos riscos de traumas e infecções aos pacientes, e muito mais barato, em comparação aos métodos tradicionais. O equipamento está estimado em R$ 6 mil, valor do monitor, mais R$ 400 por cada sensor. Já o equipamento tradicional mais utilizado nos hospitais custa R$ 50 mil o monitor e R$ 1,5 mil cada sensor.
Além do baixo valor, a técnica não requer neurocirurgiões, centro cirúrgico ou leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o que representa uma redução ainda maior dos custos para os hospitais, aumentando a popularização do equipamento.
Atualmente, o SUS (Sistema Único de Saúde) não cobre os custos do procedimento de monitoramento da pressão intracraniana, o que significa que grande parte da população está impossibilitada de fazer uso desse recurso.
Após diversos testes em animais, a técnica já está sendo empregada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde auxilia no monitoramento de oito pacientes. Apesar de o funcionamento do método já ter se comprovado, ainda faltam mais testes em humanos para obter um estudo estatístico da técnica.