Salamanca é uma das cidades universitárias mais importantes da Europa. Nela, uma pessoa muito especial abriu portas para nós. Pouquíssimas pessoas têm a chance de conhecer a sala, onde, uma vez por mês, se reúnem os 56 conselheiros, o reitor e todos os diretores da universidade. Nós só tivemos esse privilégio, porque fomos convidados pela representante dos alunos de mestrado e doutorado, uma voz muito importante nesse colegiado. Estamos falando de um metro e meio da mais valente mulher paraibana.
Vescijudith Fernandes Moreira, do Conselho de Governo da Universidade de Salamanca, conhecida como Vesci, trabalhou sete anos como advogada no Brasil. Ela chegou à cidade de Salamanca para fazer doutorado em 2008. “Vim com a cara e a coragem, porque não falava espanhol, estava 1sem bolsa, sem perspectiva de ganhar uma bolsa. Então, minha família deu todo apoio e aqui estou no último ano de doutorado”, revela.
Na fachada antiga da universidade, está uma lenda. Todo mundo tenta descobrir onde está um pequeno sapinho, no bordado de pedra. Quem encontrar, diz a tradição, será bem-sucedido. E, um dia, voltará a Salamanca. Vesci encontrou o sapinho logo que chegou na universidade.
“Eu sou a brasileira mais brasileira aqui em Salamanca. A Espanha me conquistou, porém eu já vim determinada para voltar para o meu país e levar para o meu país toda a experiência que eu adquiri aqui”, afirma.
Essa baixinha é fogo. Vai logo ficando amiga e sempre está pronta a ajudar. “Eu gosto de reivindicar pelos direitos de todos os estudantes e acredito que o jeito brasileiro mais espontâneo de ser ajuda muito”, diz a jovem.
Mas a brasileira não chegou só até os estudantes e à nossa equipe. Ela chegou até a família real espanhola. Os príncipes estiveram em Salamanca, para uma solenidade, e lá estava a Vesci. “A princesa é muito simpática. São pessoas muito acessíveis, parecem muito simples. Fiquei encantada com eles”, conta.
Ela conseguiu construir uma ponte quase impossível entre a Paraíba e Salamanca. “Não só eu, mas outros estudantes que já tiveram aqui começaram a construir essa ponte, não só da Paraíba, mas do Brasil”, ressalta.