Fundo de olho normal |
A retina é um tecido nervoso sensível à luz, localizado na superfície interna da parte posterior do olho, cuja função é transformar o estímulo luminoso em um estímulo nervoso. Comparando com o processo fotográfico, a retina é como se fosse o filme da máquina, que capta imagens por meio das suas células fotorreceptoras para enviá-las ao cérebro.
A fundoscopia ou oftalmoscopia é o exame em que se visualizam as estruturas do fundo de olho, dando atenção ao nervo óptico, os vasos retinianos, e a retina propriamente dita, especialmente sua região central denominada mácula. O exame de fundo de olho é realizado desde 1851, quando Von Helmholtz inventou o primeiro oftalmoscópio e se constitui no principal elo entre a oftalmologia e os demais ramos da medicina. O principio óptico consiste na projeção de luz, proveniente do oftalmoscópio, no interior do olho e mediante a reflexão dessa luz na retina é possível observar essas estruturas.
Existem dois tipos de fundoscopia: a direta, na qual se obtém uma imagem ampliada quinze vezes maior, mas com restrito campo de visão, e a indireta, que proporciona uma imagem com ampliação menor, porém com visualização mais ampla da retina, evidenciando-se até sua periferia. A oftalmoscopia direta é comumente realizada pelo clínico geral e utiliza-se um aparelho simples e portátil, enquanto a oftalmoscopia indireta é geralmente restrita ao médico oftalmologista e depende de equipamentos mais complexos.
Indivíduos que não tem problemas oculares ou doenças que predispõem a males na região dos olhos, como hipertensão arterial e diabetes, precisam fazer o exame anualmente, especialmente se já passaram dos 40 anos. O clinico geral ou o médico oftalmologista irá sugerir uma periodicidade diferente para quem está em acompanhamento para alguma doença ocular ou sistêmica, levando em conta o histórico do paciente.
Fundo de olho na toxoplasmose ocular |
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Em adultos, o exame de fundo de olho realizado regularmente é fundamental para o diagnóstico precoce de diversas doenças oculares, entre elas o glaucoma (leia: GLAUCOMA | Sintomas e tratamento). Aliado à medida da pressão intraocular, permite que o tratamento seja iniciado antes da presença de sintomas, já que o glaucoma, segunda causa de cegueira no Brasil, é uma doença silenciosa que pode levar anos para causar dificuldade visual.
As alterações relacionadas ao envelhecimento, como o surgimento de drusas na retina e o desenvolvimento de degeneração macular relacionada a idade, também são sempre observadas pelo oftalmologista durante a fundoscopia (leia: DEGENERAÇÃO MACULAR | Causas e sintomas).
Lesão da retina pela hipertensão |
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Na neurologia, a fundoscopia é comumente empregada por exemplo em pacientes em coma na procura de sinais como o edema de papila que pode indicar hipertensão intracraniana e a presença de hemorragia sub-hialóide, que pode sugerir hemorragia intracraniana.
Assim, nestas últimas décadas, em que presenciamos grandes avanços na medicina, a prevenção assume naturalmente papel fundamental na promoção da saúde. A riqueza de informações contidas no fundo de olho é uma ferramenta valiosa nesse cuidado com o paciente.
Este texto foi é de autoria do Dr. Flavio Mac Cord, Mestre e Doutorando em Ciências Médicas pela Unicamp, Pós-Graduado em Retina Clínica e Cirúrgica pela USP, Professor Substituto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e médico do Hospital Federal dos Servidores do Estado e da Clínica São Vicente."