SAÚDE
Ministro obtém vitória e amplia controle da saúde
CNS formula políticas e fiscaliza a administração do ministério
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, conseguiu nesta quarta-feira (16) a primeira vitória de sua gestão. Depois de 40 dias de articulação, ele foi eleito por aclamação como presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), colegiado encarregado de formular políticas e de fiscalizar a administração na área.
Mais do que a prerrogativa de chefiar o conselho, a vitória Padilha torna mais distante um problema enfrentado por seu antecessor, José Gomes Temporão: a oposição constante a propostas por ele formuladas, além de críticas abertas contra a sua forma de gestão.
Desde o discurso de posse, Padilha mostrou estilo totalmente distinto. Enquanto Temporão procurou apontar problemas no conselho, o novo ministro garantiu que uma de suas principais missões seria garantir a representatividade do colegiado.
“Ali ele lançou sua candidatura”, afirmou um dos integrantes do conselho, Arthur Custódio Sousa. Na plataforma, a principal proposta de Padilha foi a construção de consensos.
Embora tenha sido feita por aclamação, conselheiros sabiam que a escolha do ministro poderia passar um recado que há tempos eles querem evitar: o de perda do poder. A tradição sempre foi de a presidência do conselho ser assumida pelo ministro. Essa espécie de tabu foi quebrada em 2006 com a eleição de Francisco Batista Júnior, representante dos trabalhadores da Saúde, para o posto. Júnior foi reeleito nos anos seguintes e, este ano, não apresentou candidatura - para alguns, já prevendo a difícil batalha que enfrentaria com o ministro-candidato.
Nesta semana, foi a vez de Padilha convencer a representante de usuários, Jurema Werneck, a retirar sua candidatura. Na véspera da eleição, ele teve uma longa conversa com a candidata e com demais representantes dos usuários. Questionado, Padilha garantiu que o conselho continuará independente para fiscalizar.
- Não sou o primeiro ministro ou o primeiro gestor a se tornar presidente.
Integrantes sabem, no entanto, que agora será preciso um esforço maior para garantir a “identidade” do colegiado.