O Brasil do Futuro em 3 Artigos da Science
Ciência Brasileira: Dando Fluência a Nascente (Antonio Regalado. Science 3 December 2010: Vol. 330 no. 6009 pp. 1306-1312 ).
Nos últimos oito anos, o maior país da América Latina começou a se mover. Sua economia está crescendo rapidamente e tornou-se um jogador nos assuntos mundiais, demonstrando uma auto-confiança sem precedentes. Os bons tempos estão levantando a ciência também. Entre 1997 e 2007 o número de artigos brasileiros em revistas indexadas e peer-reviewed mais que dobrou, alcançando 19 mil por ano. Segundo a Thomson Reuters, o Brasil já ocupa o 13 o. lugar mundial em publicações científicas, tendo ultrapassado a Holanda, Israel e Suíça. As universidades brasileiras dobraram o número de doutores formados este ano e milhares de novos postos de trabalho acadêmico abriram em 134 novos campi federais. É o sorriso da fortuna para uma nação que, durante a década de 1990, foi marcada por terríveis problemas econômicos. Mas o Brasil não é formidável, sua produção científica ainda é uma trilha de ambições. O país produz poucos trabalhos de alto impacto e apenas uma pequena parcela de patentes. Seu sistema de educação pública primária e secundária tem problemas de organização, deixando a nação de 195 milhões de habitantes com escassez crônica de trabalhadores técnicos.
Talentosos, mas sub-financiados: Os Futuros Cientistas do Brasil. (Antonio Regalado. Science 3 December 2010: Vol. 330 no. 6009 pp. 1306-1312).
Reinaldo Sousa dos Santos, de 25 anos, é um Ph.D. Candidato à professor no departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é um morador do Parque União, favela populosa onde os moradores vivem sob o jugo de narcotraficantes. José Eduardo dos Santos deve sua trajetória da favela para a bancada de laboratório ao seu mentor, Leopoldo de Meis (72 anos), professor de bioquímica da UFRJ. Em 1985, de Meis começou a oferecer um curso prático de ciências para adolescentes de baixa renda, que denominou Jovens Talentos. Dos Santos foi matriculado quando tinha 14 anos, já orfão, um ano depois que seu pai morreu. O Brasil deve reescrever milhares de histórias como a de José Eduardo dos Santos, se pretende superar suas profundas divisões sociais e atingir o sonho nacional de se tornar um jogador importante na investigação científica mundial. Muitos dizem que a tarefa deve começar com melhoria de escolas públicas, onde professores mal pagos oferecem aulas na base da decoreba.
As Recompensas dos Barris do Pré-Sal (Antonio Regalado, (Antonio Regalado. Science 3 December 2010:Vol. 330 no. 6009 pp. 1306-1312 )
Três anos atrás uma broca atingiu reservas de petróleo depositadas a grande profundidade, na costa do Brasil. APetrobrás, a empresa petrolífera brasileira, desde então delimitou campos submarinos estimados para produzir cerca de 80 bilhões de barris de petróleo e gás natural, ou cerca de três vezes o tamanho do reservatório emPrudhoe Bay, no Alasca. O Pré-Sal trouxe aos brasileiros promessas de novas riquezas e a expectativa de que o Brasil vai subir ao topo em ciência e tecnologia, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que denomina a exploração dessas reservas como "a segunda Independência do Brasil", definiu que as receitas derivadas da economia do petróleo do Pré-Sal serão aplicadas preferencialmente em projetos de educação e saúde pública. Contudo, no processo, a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias serão os primeiros a se beneficiar.
Nos últimos oito anos, o maior país da América Latina começou a se mover. Sua economia está crescendo rapidamente e tornou-se um jogador nos assuntos mundiais, demonstrando uma auto-confiança sem precedentes. Os bons tempos estão levantando a ciência também. Entre 1997 e 2007 o número de artigos brasileiros em revistas indexadas e peer-reviewed mais que dobrou, alcançando 19 mil por ano. Segundo a Thomson Reuters, o Brasil já ocupa o 13 o. lugar mundial em publicações científicas, tendo ultrapassado a Holanda, Israel e Suíça. As universidades brasileiras dobraram o número de doutores formados este ano e milhares de novos postos de trabalho acadêmico abriram em 134 novos campi federais. É o sorriso da fortuna para uma nação que, durante a década de 1990, foi marcada por terríveis problemas econômicos. Mas o Brasil não é formidável, sua produção científica ainda é uma trilha de ambições. O país produz poucos trabalhos de alto impacto e apenas uma pequena parcela de patentes. Seu sistema de educação pública primária e secundária tem problemas de organização, deixando a nação de 195 milhões de habitantes com escassez crônica de trabalhadores técnicos.
Talentosos, mas sub-financiados: Os Futuros Cientistas do Brasil. (Antonio Regalado. Science 3 December 2010: Vol. 330 no. 6009 pp. 1306-1312).
Reinaldo Sousa dos Santos, de 25 anos, é um Ph.D. Candidato à professor no departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é um morador do Parque União, favela populosa onde os moradores vivem sob o jugo de narcotraficantes. José Eduardo dos Santos deve sua trajetória da favela para a bancada de laboratório ao seu mentor, Leopoldo de Meis (72 anos), professor de bioquímica da UFRJ. Em 1985, de Meis começou a oferecer um curso prático de ciências para adolescentes de baixa renda, que denominou Jovens Talentos. Dos Santos foi matriculado quando tinha 14 anos, já orfão, um ano depois que seu pai morreu. O Brasil deve reescrever milhares de histórias como a de José Eduardo dos Santos, se pretende superar suas profundas divisões sociais e atingir o sonho nacional de se tornar um jogador importante na investigação científica mundial. Muitos dizem que a tarefa deve começar com melhoria de escolas públicas, onde professores mal pagos oferecem aulas na base da decoreba.
As Recompensas dos Barris do Pré-Sal (Antonio Regalado, (Antonio Regalado. Science 3 December 2010:Vol. 330 no. 6009 pp. 1306-1312 )
Três anos atrás uma broca atingiu reservas de petróleo depositadas a grande profundidade, na costa do Brasil. APetrobrás, a empresa petrolífera brasileira, desde então delimitou campos submarinos estimados para produzir cerca de 80 bilhões de barris de petróleo e gás natural, ou cerca de três vezes o tamanho do reservatório emPrudhoe Bay, no Alasca. O Pré-Sal trouxe aos brasileiros promessas de novas riquezas e a expectativa de que o Brasil vai subir ao topo em ciência e tecnologia, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que denomina a exploração dessas reservas como "a segunda Independência do Brasil", definiu que as receitas derivadas da economia do petróleo do Pré-Sal serão aplicadas preferencialmente em projetos de educação e saúde pública. Contudo, no processo, a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias serão os primeiros a se beneficiar.