Gravidez
Estudo relaciona uso de analgésicos e infertilidade
Afetados seriam filhos homens de gestantes que usam o medicamento
(Thinkstock)
o uso prolongado desses analgésicos durante a gravidez podem causar a criptorquia em bebês — uma condição em que não há a descida correta dos testículos para o escroto, levando à baixa produção de esperma e câncer testicular na fase adulta do indivíduo
O uso por gestantes de analgésicos à base de paracetamol, ácido acetilsalicílico (aspirina) e ibuprofeno pode causar problemas de fertilidade em seus filhos homens. A informação foi divulgada por reportagem do site do jornal inglês Daily Mail, citando estudo publicado no periódico europeu Human Reproduction. A pesquisa foi realizada por cientistas da Dinamarca, Finlândia e França do Hospital Universitário Rigshospitalet em Copenhagen (Dinamarca).
Os resultados da pesquisa mostram que o uso prolongado desses analgésicos durante a gravidez pode causar a criptorquia nos bebês — condição em que os testículos não se descolam corretamente para a região do escroto. O problema leva à baixa produção de esperma e ao câncer testicular na fase adulta.
O estudo analisou dois grupos de mulheres, que foram questionadas sobre o uso da medicação durante a gravidez. Metade fazia uso dos analgésicos, normalmente para tratar dores de cabeça. Entre os filhos das gestantes que usavam apenas um tipo do medicamento, dobraram as chances de ocorrência de criptorquia. Quando as mães tomavam mais de um tipo de analgésico, o risco cresceu sete vezes. O período mais vulnerável da gestação ocorre entre o quarto e o sexto mês, de acordo com o estudo: o uso de dois analgésicos durante essa fase poderia aumentar em até dezesseis vezes o risco de criptorquia.
Os cientistas acreditam que os analgésicos são os responsáveis por inúmeras disfunções reprodutivas nos homens. No caso das mulheres, o problema é a exposição do útero a substâncias químicas conhecidas como disruptivos hormonais.
Os estudiosos destacaram que nenhum medicamento, mesmo analgésicos, devem ser tomados durante a gravidez sem o conhecimento do médico que acompanha a gestante. Contudo, eles afirmaram que o uso pontual desses medicamentos não deve ser encarado com alarme.